domingo, 24 de abril de 2011

Páscoa

É um misto de satisfação e de desilusão o que agora preenche o vazio , aquele vazio que ultimamente tem sido companhia. Alguma coisa está , no lugar do vazio , é certo. Não sei é se melhor ou pior. Sinto que é diferente.

Andei de casa em casa , demorando em algumas mais tempo mas , por mais que tenha falado com muita gente , não transportei para dentro de mim o aconhego que no ano passado , pela mesma circunstância , recolhi.
Tudo muda . Hora a hora , dia a dia. Tudo está permanentemente em transformação e isso por vezes magoa e fere , por ser sinal que o tempo é implacável e se está marimbando para as pretensões individuais.

Tem que ser o individuo a controlar o tempo e não o contrário mesmo que isso seja uma ilusão  , a grande ilusão.

Todos se admiram pelo facto de nunca ter casado , juntado , amigado , seja lá o que for. Todos e eu ! Para além de me admirar , sinto no pêlo o custo dessa opção. Sinto a solidão. O vazio ! De novo e sempre o vazio. A ausência de um horizonte ou de um chão de onde se alcance um horizonte.

É estranho !

Houve um dia , não há muito tempo , em que te vi sentada a apanhar sol , numa descontracção natural , num deleite visível e , desconfio até que provocador , directamente provocador. Ainda hoje , apesar da chuva que caiu a espaços , te recordei ali sentada , ao sol , naquela atitude desprendida e cool que já te reconheço , quem sabe à espera que eu te fosse buscar , que eu te fosse chamar ou , talvez não , talvez nada disso , talvez até nem saibas o que sinto por ti , o que penso em ti , mas ali estavas desejada e linda e eu , como sempre , disse a mim próprio, ' amanhã , amanhã irei ter contigo e dir - te - ei então quanto te desejo , quanto te quero.'

Até hoje...!

Estarás aí amanhã , quando o sol banhar de novo as escadas onde te estendeste?!

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