domingo, 8 de março de 2015

Um novo partido em Portugal.

Ontem, fui-me deitar com a cabeça cheia de palavras. Acontece - me de vez em quando . Boa parte das vezes , as palavras , acabam por se perder na noite escura , talvez se enfiem também dentro dos lençóis , para descansar , e por lá se dissolvam , porque não volto mais a vê-las. Mas desta vez foi diferente. Vieram ter comigo hoje.

Encostara a cabeça à almofada , idealizando um partido de homens e mulheres correctos , que tivesse a decência como bandeira e o empenho desinteressado por princípio. Começara até , dentro das minhas muito humildes capacidades , a alinhavar as grandes linhas mestras , os rudimentos , portanto ,  de uns eventuais estatutos. Àquela hora , as ideias fluíam , desenvoltas e estruturadas , impossíveis de serem rebatidas. Uma maravilha! Estava espantado comigo mesmo... . Mas adormeci entretanto. Não foi por enfado , não , foi simplesmente por uma superior exigência do meu corpo cansado . Há coisas contra as quais não vale a pena lutar.

E então hoje , quando acordei , foi com algum espanto que encontrei as palavras com que ontem me deitara : lá estavam a decência e o desinteresse , cheias de vontade de se agregarem num novo partido para o qual , imagine-se , tinham até arranjado uma sigla e tudo : PGD - Partido de Gente Decente.

Que raio de coisa , pensei. Devo estar doido...

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